terça-feira, 23 de setembro de 2008

Crisis

Aproximamo-nos de um periodo crucial. Em algumas décadas, ao que tudo indica, tudo aquilo que nós chamamos de civilização desaparecerá. Não, isso não é um texto apocaliptico, ao menos não intencional. É apenas uma análise (talvez pira, é verdade, mas que não deixa de ter seu fundamento) de fatos e estudos relacionados à nossa civilização.
Uma coisa interessante, ao meu ver, é a incrível memória curta que nossa sociedade tem e, ainda pior, reproduz. Ok, mais que uma simples reclamação da apatia e alienação da juventude atual, é um olhar mais profundo, que encara a reprodução do modus operandi de nossa sociedade nas últimas décadas. É incrivel como acontecimentos importantes simplesmente se evaporam das lembranças das pessoas mesmo num curto espaço de tempo. E vemos isso dia-dia, seja em eleição (como agora) seja em fatos mais abrangentes. Nossa sociedade tem criado enormes catástrofes socias e ecológicas nas últimas décadas, mas a maioria das pessoas simplesmente nem gravaram essa informação em suas memórias. Um vazio enorme apossa da civilidade cotidiana enquanto nos aproximamos do abismo. Inúmeros estudos já demonstravam pelos idos dos anos 70 a crise que viria (essa que estamos começando a viver agora). Na época, deu-se mais atenção ao caso do petróleo, pois claro, matriz e combustivel e, porque não dizer, droga que alimenta nossa sociedade. Esses estudos já afirmavam que o pico de petróleo estava próximo, que seria necessário reorganizar nossa estrutura social dependente (viciada) em petróleo. Com a crise do petróleo na década de 70, pareceu que isso iria acontecer, pois começaram as pesquisas e investimento em novas formas de energia, mas logo que a crise passou, a década de 80 simplesmente varreu da cabeça das pessoas a questão do pico petrolifero. As pessoas passaram acreditar em bonança e em petróleo eterno, ao que parece.
A humanidade tem um sério problema, não querer encarar os problemas. Todas as vezes que os problemas são colocados na mesa, as pessoas tendem a mudar de assunto, arranjar desculpas e escapismos, mas dificilmente procuram ver o mesmo. Por um tempo, tudo pareceu uma enorme maravilha, a URSS caiu, o capitalismo triunfou e veio então, o tão falado fim da história (essa mesmo é dura de engolir, mas enfim). Globalização, avanços incríveis de tecnologia e bens de consumo, o futuro parecia promissor... parecia, porque utilizamo-nos de escapismos para não querer ver que isso um dia iria terminar... Mas cá estamos, em 2008 com a informação que provavelmente, nesse ano, ou ainda no ano passado, atingimos o pico petrolifero, ou seja, daqui para frente... não haverá mais petróleo para suprir a demanda global. Claro, isso não é algo abrupto, mas um declineo não tão perceptível nos primeiros anos. E o que faremos? Bem, do jeito que as coisas estão andando, parece que faremos muito pouco... fala-se muito em energias renováveis e biocombustiveis, mas quando se estuda a lei de termodinâmica, vemos o quanto ela é implacável: a maior parte das tecnologia renováveis, consomem mais energia que produzem e pior, são dependentes de petróleo para serem fabricadas... estamos num beco... mas claro, ninguém quer saber disso.
Mas a crise energética é apenas um dos problemas, pois temos vários... outros picos estão se aproximando. Estudos indicam que o pico do carvão, gás natural, solo (terra fértil), milho, arroz, da água, eletricidade e população estão chegando. O que isso indica? Basicamente, que todos os alicerces que sustentam nosso modo de vida vão ruir... e com eles, nossa sociedade indutrial. Interessante colocar aqui... o milho é a principal matéria prima alimentícia no mundo, mas com as crises de petróleo (insumos quimicos, transporte), solo (terra fertil para o plantio) e água, em pouco tempo, não teremos mais milho para atender a demanda global, assim como o arroz, que afetará diretamente a vida dos países orientais. Resumindo, em pouco tempo, não teremos água, comida, eletricidade e combustíveis para todo mundo. E num mundo capitalista, adivinha quem vai colher primeiro os frutos amargos?
Somando-se a isso, temos ainda a crise ambiental... poluição atingindo níveis alarmantes (respirar em uma cidade grande equivale a fumar, em média, 8 cigarros diários), degradação de ecossistemas e é claro, o tão falado aquecimento global! Alguém ainda acredita que o futuro será um fabuloso shopping center global?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Contra-informação

Muitas coisas acontecem no mundo nesse instante. Num mundo onde a tecnologia dominou todos os setores e que a informação ocorre numa velocidade maior do que a aquela que nós podemos assimilar, nos resta pouco a fazer diante de grandes e pequenas transformações. O que acontece no bairro vizinho? Na cidade vizinha? No Brasil? No Mundo? Na verdade, nada sei ao certo. Sim, na internet encontro informações, mas essas mesmas cada vez mais resumidas e superficias. Por exemplo, qualquer jornal não dá mais do que 2, 3 páginas, quando tanto, para as notícias mundiais. O que de fato é uma informação válida? Até que ponto o que sabemos é realmente uma sabedoria? Velocidade. Essa é a marca de nosso tempo. Enquanto escrevo aqui, várias coisas podem ter mudado a respeito da reportagem que li a pouco. Mas mais do que essas probabilidades o que mais me perturba, por assim dizer, é a confiablidade da informação. Vivemos no mundo da contra-informação, pois você lê algo aqui e logo depois encontra alguma informação contrária ao que leu. Qual a verdade? Quem está certo? Liberias, conservadores, ecologistas, progressistas, religiosos, ateus?

Ok, há uma certa pauparidade, uma certa aparencia de realidade vivenciável... mas mesmo esta, carrega em seu intimo uma carga de surrealidade, de parcialidade especulativa que a partir do momento que percebida, deixa de ser aquilo com o qual estávamos acostumados... perde-se a certeza e com ela, perde-se os fundamentos daquilo que chamamos ordem vigente. Se, a partir do momento que ordem vigente deixa de ter sua base, como poderiamos recria-la? Eis porque é um caminho sem volta, que por sua vez abre tantos outros caminhos sem volta... e eis-me aqui, nessa encruzilhada tentando ao menos manter a dignidade.

Apresentação

Não sei ao certo o objetivo que me fez criar esse blog. Por algum motivo, sinto a necessidade de falar algo, talvez numa busca de dialogo comigo mas, mais do que isso, talvez a vontade de compartilhar com alguém o que sinto, penso e vejo. Quantas pessoas lerão o que escrevo aqui? Não sei... provavelmente nenhuma, mas de qualquer modo as palavras estarão aqui, expostas, para que quem sabe algum dia alguém leia, além de mim. Aos perdidos que por aqui chegarem, lhes dou boas vindas, mesmo que sem saber ao certo o que lhes vou apresentar. Também não sei ao certo com que frequencia escreverei, mas de qualquer modo, se você visitante, não se importar com esses pequenos detalhes, espero que possamos trocar idéias e quem sabe manter uma espécie de contato virtual, onde as palavras se cruzem e deixem marcas.
Que assim seja! E que junto com os vapores de um café, subam meus pensamentos ao que quer que esteja acima de nós...